Durante anos, a chamada "prostituição" tem sido um tema muito debatido quando se fala em VIH e/ou SIDA. E porque razão?
Porque em muitos e diferentes países, a incidência da infeção pelo VIH tem sido descoberta entre pessoas que em troca de dinheiro, vendem sexo. Até mesmo onde a prevalência da infeção pelo VIH é baixa, nesta população específica, é normal ser mais alta do que a média encontrada na maioria da população geral.
Porque, normalmente, os trabalhadores do sexo, têm um elevado número de diferentes parceiros. Isto significa, que se ficarem infetados pelo VIH, há uma maior probabilidade de transmitirem a infeção aos seus múltiplos parceiros.
Prevenir a infeção pelo VIH entre as pessoas que estão envolvidas na indústria do sexo, tem mostrado ser fundamental para travar esta epidemia, em muitos países.
Apesar da palavra "prostituição" poder ser usada para descrever o ato de vender sexo, também pode significar "ter uma apetência própria ou uma habilidade natural" de forma a ser considerado um ato "vergonhoso". Pode levar a juízo de valores e a preconceitos, levando as pessoas a acreditar que as pessoas que estão envolvidas neste meio, são moralmente corruptas e indignas. Uma alternativa encontrada e que é mais respeitosa, é a designação por "Trabalhadores do Sexo". Esta questão pode não importar muito nas conversas do dia-a-dia mas em discussões sérias sobre o tema, é importante que as palavras sejam escolhidas com cuidado. Deste modo e, como pretendemos discutir a questão da infeção pelo VIH no mundo da indústria do sexo, de uma forma aberta e sem preconceitos, a SER+ irá referir-se a esta população como "Trabalhadores do Sexo" e não como "Prostitutas" ou "Prostitutos".
Os trabalhadores do sexo (TS), juntamente, com outros grupos marginalizados, como os Homens que têm sexo com outros Homens (HSH) e os utilizadores de drogas injetáveis (UDI), são muitas vezes rotulados como "Grupos de alto Risco" no contexto desta infeção. Mas, o debate sobre o papel dos Trabalhadores do Sexo na resposta à epidemia, muitas vezes polariza opiniões. Enquanto alguns argumentam que esta população está erradamente a ser retratada como propagadora da infeção pelo VIH, outros pregoam que a transmissão pelo VIH através de sexo comercial conduz à epidemia.
A verdade é que a situação difere de país para país de região para região. Enquanto a prevalência do VIH é alta entre os Trabalhadores do Sexo em algumas áreas do globo, noutras não. Por exemplo, na maior parte da Europa Ocidental e da América do Norte, a transmissão pelo VIH através de sexo pago, não é considerado um grande problema, em algumas regiões da Ásia, já é.
Em Portugal para colmatar a lacuna ao nível da caracterização e conhecimento da prevalência da infeção VIH e os fatores comportamentais e sociais associados a esta população em Portugal, o GAT, no âmbito do projeto "PREVIH: Infeção VIH nos grupos de Homens que têm Sexo com Homens e Trabalhadores Sexuais: Prevalência, Determinantes e Intervenções de Prevenção e Acesso aos serviços de Saúde", decidiu, por um lado, produzir conhecimento que sustente intervenções específicas e direcionadas ao nível da informação, prevenção, rastreio/diagnóstico do VIH e referenciação hospitalar e, por outro, que contribuísse para a redução da transmissão da infeção nestes grupos. A realização deste estudo contou com a sociedade civil, elementos das comunidades HSH, TS e organizações governamentais participando ativamente em todas as fases do projeto.
Os dados recolhidos e tratados durante a 1.ª fase desta investigação a nível nacional, trouxe a Portugal uma realidade alarmante em relação aos trabalhadores do sexo. Os dados recolhidos no nosso país apontam para números superiores aos da Europa, acima de 6% (mulheres: 6,1%; homens: 9,2% e TGS: 10%), sendo essencial e urgente conhecer melhor esta população para desenvolver estratégias adequadas e de proximidade.
A 2ª fase do estudo está a ser desenvolvida em moldes um pouco diferentes do estudo anterior e está a decorrer no último trimestre de 2012, onde contará, entre outras, com a participação da SER+, de forma, a conhecer-se a realidade no Concelho de Cascais.
Os clientes são muitas vezes, referidos como uma "ponte" da população para a transmissão pelo VIH, o que significa que os TS funcionam como um elo de ligação entre os grupos de alto risco e a população em geral. Muitas mulheres não usam preservativo durante o ato sexual com os seus maridos e, por isso, podem estar a pôr-se em risco se os seus companheiros forem clientes dos TS. Isto é, particularmente, verdade para as companheiras dos trabalhadores imigrantes, que se deslocam com muita frequência e por longas temporadas. Tem-se verificado em muitos estudos por todo o globo, uma elevada prevalência entre os clientes homens dos TS.
Filme gentilmente cedido pela Direção Geral de Saúde, no âmbito do Programa Nacional para o VIH/SIDA
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2ª feira: entre as 9:20 e as 12.40h e as 14h e as 16.40h
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